Os E.U.A.
são sempre muito criticados por terem a maior população carcerária do
planeta. Mas, diferentemente de países como o Brasil em que os bandidos
são considerados sempre elementos passíveis de recuperação; nos E.U.A.
se o indivíduo mostra-se arredio às investidas do sistema para
ressocializá-lo, o seu lugar é atrás das grades mesmo (de preferência
para sempre).
O grande
neurologista brasileiro, Carlos Bacelar, dizia que estudos científicos
mostraram que cerca de três por cento da população mundial era
constituído por psicopatas. Esse número é algo na casa dos 180.000.000
de pessoas. Quase um Brasil de indivíduos propensos a cometer atos de
violência e que não são dotados de qualquer remorso ou sentimento por
suas vítimas.
Sejam por
causas genéticas ou ambientais é importante que uma nação identifique
esses elementos e retire-os do meio de sua sociedade para que seja
proporcionada a devida proteção para o cidadão de bem. E é assim que os
E.U.A. e muitos outros países lidam com o problema. Se o elemento
mostra-se reincidente, o encarceramento é aplicado sem pudores. Mas,
isso soluciona a problemática da violência?
Claro que não.
A violência é
um mal inerente ao ser humano. No entanto, atitudes assim enviam uma
clara mensagem de que o Estado não agirá com paternalismo em relação ao
delinqüente. O objetivo é isolar esses elementos e proteger a sociedade
deles; evitando que novas vítimas venham a perecer sob as ações daquele
indivíduo. É o direito a proteção que a sociedade tem e que o Estado
deve garantir.
Ao assistir
um documentário no canal Discovery vi um projeto de recuperação de
jovens infratores que é realizado nos E.U.A. e tem um grande sucesso.
Sob o nome de “SISTEMA IMPACT”, os condenados (até sete anos por crimes
sem violência) têm as penas reduzidas a seis meses se aceitarem
participar do programa voluntariamente.
O sistema
funciona apoiado em uma duríssima disciplina militar. Pior do que o
treinamento dos fuzileiros. Os jovens passam por uma bateria de
exercícios físicos intensos, condicionamento militar a disciplina e a
autoridade e são acompanhados por guardas “linha-dura” que fariam
qualquer sargento maníaco parecer um anjo.
Ao contrário
daqui, ao invés das associações de classe tentarem combater o projeto
pela aparente “violação de direitos” e “humilhações” que os jovens
sofrem ao se depararem com as exigências disciplinares severíssimas; por
lá a sociedade entende que esse é o único caminho para doutrinar e
recuperar jovens que tenham entrado para o mundo da delinqüência por
problemas estruturais familiares e falta de limites impostos em seu
ambiente. A obediência, a autoridade e a disciplina imposta jamais podem
ser contestadas. Os jovens devem pedir permissão para tudo. Até para ir
ao banheiro é necessária uma autorização de um guarda-monitor. O
adolescente rebelde aprende normas éticas, respeito à autoridade e a
viver em sociedade; compreendendo os limites que isso pode representar.
Estuda e pode obter o diploma do ensino médio e ainda faz cursos
profissionalizantes. Ao sair em liberdade; é encaminhado para um emprego
de acordo com as aptidões adquiridas no sistema.
Cada jovem
pode desistir do programa a hora que quiser. Nesse caso, ele voltará
para um presídio comum onde cumprirá a pena restante integralmente. Além
disso, a cada desistência pretendida, os jovens são orientados quanto a
seu potencial pelos instrutores e instados a continuarem no programa
para se tornarem pessoas melhores. Há um apoio psicológico constante e
reforço em atividades acadêmicas e laborais. O nível de desistência gira
em torno de trinta por cento. Mas a reincidência no crime é baixíssima,
o que calou a maioria dos opositores do programa.
Infelizmente
um programa assim é simplesmente impossível de ser implementado por
aqui graças ao E.C.A. (Estatuto da Criança e do Adolescente) e dos
oportunistas idiotas que enxergam nos menores infratores apenas vítimas
inocentes de uma sociedade vil. Como se ser pobre desse automaticamente
uma licença para matar. Se fosse assim, não teríamos inúmeros menores de
classes mais favorecidas no mundo do crime. A falta de punição e de
cobrança por seus atos é o elemento fomentador fundamental para que a
violência esteja em alta entre os jovens. Após o E.C.A., toda quadrilha
tem pelo menos um menor para assumir “os serviços” e escapar ileso para
cometer mais crimes.
Qualquer um
membro dessas entidades que se dizem protetoras do menor ficaria
possesso ao ver os métodos usados no “Sistema Impact” (que também inclui
uma exaustiva rotina de trabalho pesado e duro). E certamente ganhariam
na justiça o direito de retornar a meninada para o ócio improdutivo
como forma de “protegê-la” dos terríveis maus tratos.
Enquanto
eles trabalham para recuperar os que ainda podem ser recuperados e
merecem uma segunda chance; por aqui tratamos como coitados e adotamos a
tática da impunidade total; o que só aumenta a violência e a
predisposição dos jovens para o crime.
Mas, a
verdade é uma só: O “Sistema Impact” funciona e tem pleno êxito por lá.
Falta apenas alguém de coragem e sem a hipocrisia própria daqueles que
têm objetivos escusos camuflados por trás de suas “boas intenções”, para
implementar um projeto assim aqui no Brasil.
Mas, para isso, muita coisa tem de mudar.
Pense nisso.
Via Visão Panorâmica
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