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domingo, 7 de abril de 2013

Família de estudante morto por R$ 7 pede R$ 752 mil em indenização e quer doar dinheiro

Família de estudantes protesta em Campinas (SP) 
Mais de três meses depois do assassinato do estudante Mário dos Santos Sampaio, 22, morto a facadas na véspera do Ano Novo após uma briga por causa de uma divergência de R$ 7 na conta de um restaurante do Guarujá (86 km de São Paulo), a família da vítima entrou com um pedido de indenização por danos morais e materiais no Fórum da cidade do litoral paulista.
"Estamos pedindo R$ 752 mil, baseado no cálculo feito a partir dos rendimentos financeiros e da expectativa de vida dele. Pela expectativa do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], ele ainda teria mais de 50 anos de vida", disse o advogado da família, Antônio Gonzalez dos Santos Filho. A ação indenizatória contra os acusados foi protocolada na tarde de sexta-feira (5) e divulgada neste domingo (7).

O advogado confirmou que a família pretende doar o valor obtido na ação ao Centro Boldrini, uma instituição de Campinas (99 km de São Paulo) que atende crianças com câncer. "Eles não querem nem R$ 1. Todo o valor será doado. A família só quer justiça, tanto na esfera criminal quanto na civil, mas ele não têm nenhum interesse no dinheiro", afirma.
O inquérito sobre o caso já foi concluído e a Justiça já aceitou denúncia contra os três envolvidos --o proprietário da churrascaria, José Adão Pereira Passos, o filho dele, Diego Souza Passos, além do garçom Robson Jesus de Lima-– por homicídio qualificado. Eles já são réus no processo.
Segundo o inquérito policial, José Adão foi o responsável pelas três facadas, enquanto Diego Passos e o funcionário do restaurante são acusados de agredir e segurar o estudante no momento da briga.

O dono do restaurante e o filho estão presos e o garçom continua foragido. Ainda segundo o defensor da família, denúncias anônimas recebidas nos últimos dias dão conta de que o garçom estaria escondido no município de Mimoso, em Pernambuco. "Recebi a denúncia e já repassei para a polícia do Guarujá. Agora, é questão de tempo para que ele vá para a cadeia", disse.
O advogado que representa José Adão Passos e o filho dele, Luiz Carlos Justino, foi procurado pelo UOL mas não foi localizado para comentar o pedido de indenização.
Em janeiro deste ano, após prestar depoimento à polícia, o dono do restaurantes confessou o crime. "Eu não queria matar ninguém. Só queria furar um pouquinho, para ele soltar o meu filho", disse.

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