Presos da CPPL II, em Itaitinga, já haviam feito escavações nas paredes do pavilhão e tramavam fugir na noite passada.
De acordo com informações do Comando do Batalhão de Policiamento de Guarda de Presídios (BPGP), mais de 200 presos daquela unidade iriam escapar na noite de ontem.
Conforme o
major PM Marcelo Praciano, comandante do BPGP, uma parede que dá acesso
ao pátio da unidade estava sendo gradativamente danificada pelos
internos para não levantar suspeitas.
"Os presos
foram quebrando o concreto aos poucos, para não fazer barulho. Eles já
tinham obtido espaço suficiente para chegar ao pátio interno e alcançar
grades, que seriam levantadas no momento da fuga", afirmou o oficial à
Reportagem.
A fuga foi impedida após uma informação recebida pelo Serviço de Inteligência da PM, que desencadeou a operação.
Uma vistoria
foi feita na unidade penal e vários cossocos e barras de ferro foram
encontrados. A Polícia acredita que os instrumentos, que são feitos de
forma artesanal, tenham sido usados para danificar a estrutura do prédio
de forma silenciosa.
Diante da
situação avançada em que o plano foi sustado, a Polícia acredita que a
fuga estava sendo planejada há dias. A direção da CPPL II irá investigar
quais dos 218 presos que estavam na vivência são responsáveis pela
tentativa de fuga. "Todas as responsabilidades serão apuradas", afirmou
Praciano.
Mistério
A Secretaria
da Justiça investiga também as mortes ocorridas, na madrugada do último
sábado, nas dependências da CPPL, também no Complexo Penitenciário de
Itaitinga.
Os corpos
dos presos identificados como Daniel Costa de Oliveira e Paulo Henrique
Ferreira foram encontrados em celas diferentes, mas da mesma forma.
Aparentemente, eles teriam sido mortos por meio de estrangulamento e
foram amarrados pelo pescoço para simular uma situação de suicídio.
Uma equipe
da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) foi enviada ao local e
fez os primeiros levantamentos técnicos nos dois xadrezes onde estavam
os cadáveres. Em seguida, os corpos foram encaminhados ao necrotério da
Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) para os exames de necropsia.
A secretaria da Justiça abriu uma investigação interna e a Polícia Civil um inquérito policial.
Com os dois
casos ocorridos na CPPL I, no último sábado, subiu para 26 o número de
mortes registradas nas unidades prisionais da Grande Fortaleza somente
neste ano. A maioria dos casos ficou caracterizada como assassinato.
O caso mais
grave aconteceu na madrugada do dia 11 de março, quando ocorreu uma
violenta briga entre duas facções rivais dentro da CPPL I, em Itaitinga.
Na ocasião,
uma das gangues provocou um incêndio usando colchões e outros objetos.
Sete presos morreram no local. Posteriormente, outros quatro faleceram
no IJF-Centro.
FERNANDO RIBEIRO/MÁRCIA FEITOSA
EDITOR/ESPECIAL PARA POLÍCIA
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